Santana um Bairro Mineiro.

Foto - Luiz Andrade - cliqui.net


Ao norte de São José dos Campos, entre o Parque Roberto Burle Marx (Parque da Cidade), e o Rio Paraíba do Sul, está o bairro de Santana, o mais mineiro da cidade.Registra-se a sua origem no ano de 1860, e a sua elevação à categoria de 2º subdistrito através do decreto de lei estadual nº. 14334 em 30 de novembro de 1944. Consta que o bairro foi rota de tropeiros, e serviu de acesso a forasteiros garimpeiros que se aventuraram em busca do precioso ouro de Minas Gerais.

Caminho regular desses tropeiros, via trilhas montanhosas da serra da Mantiqueira, na década de 1920 incorporou-se à industrialização num processo que começou com as indústrias têxteis: Tecelagem Parahyba fabricante dos cobertores Parahyba, e a Cia. Rhodosá de Rayon, do grupo Rhodia, fabricante de fios artificiais, depois veio a indústria da cerâmica através das Cerâmicas Conrado e Weiss. Essas fábricas mudaram o perfil econômico do então bucólico bairro, para um significativo fator de desenvolvimento.

Essa nova condição socioeconômica prontamente ocasionou a falta de uma mão obra local e especializada, o que levou essas empresas, a recrutarem operários, em outras cidades, principalmente das cidades vizinhas e do sul do estado de Minas Gerais.

A chegada desse novo recurso humano e mineiro causou um verdadeiro “trem bom”, uma feliz convivência, compartilhada entre mineiros e santanenses, mineiros que estabelecidos no bairro, espalharam boas amizades, se agregaram ao seu cotidiano, e ao pé de ouvidos, arraigaram a sua cultura de raiz.

A devoção e a fé naturalmente se manifestaram aos pés do altar da imagem da padroeira Sant’Ana, trazida por um seu devoto da região de Colônia na Alemanha, para veneração na primeira Igreja do bairro, construída as margens do Rio Paraíba do Sul.

Nos Clubes: Rhodosá, Associação Atlética Santana do Parahyba, Elite, na danceteria do Bosquinho do Stúdio Rak, e nos portões das casas, praças e ruas, os causos e a moda de viola viraram sinais espontâneos no cotidiano do bairro.

O Cine Santana, primeiro cinema de bairro da cidade, construído com a ajuda dos diretores franceses da Rhodosá, a princípio para o entretenimento dos seus funcionários, transformou-se num ponto de encontro da sociedade santanense, criando nesse “escurinho do cinema”, especialmente entre as projeções das películas nacionais de Amácio Mazzaropi, muitos namoros sucedidos de casamentos, e procedidos da grata formação das novas famílias, “santanenses-mineiras”.

Nessa síntese de história, disserto o enredo “Mineirice” para a Escola de Samba Filhos do Sol-2012, que nasceu Bloco Carnavalesco, na JUS-Juventude Unida de Santana com o aval do pároco da Paróquia de Sant’Ana, Monsenhor Luiz, nos anos de 1980.

Contíguo a essa história de Santana, desde o Parque da Cidade até o Rio Paraíba, dos piracuaras, da viola do Seu Zé Mira e do Seu Zé da Viola, Santana é assim mesmo uai!
2º subdistrito, que no passado quis ser cidade, e agora quer ser distrito, tem hospital o PIO XII, SENAI, ECOMPO, FEIRA LIVRE, e a defesa constante contra a poluição do Rio Paraíba do Sul.

SANTANA É HIDROMINERAL: porque tem água por baixo e mineiros por cima.

E para homenagear esses mineiros que contribuíram para o progresso do bairro e da cidade, a Câmara Municipal de São José dos Campos instituiu, o Dia Municipal do Migrante Mineiro, comemorado todo dia 21 de abril com a já tradicional Festa do Mineiro.
Um abraço, um beijo e um queijo.

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